A PESSOA COM SURDEZ E
SUA EDUCAÇÃO
Pensar
a pessoa com surdez em todas as suas especificidades nos traz a condição real
que está subjacente nos vários aspectos sócio-econômico-educacionais
vivenciados cotidianamente pelas mesmas. Pois, de acordo com Damázio e Ferreira
(2010):
Não vemos a pessoa com surdez
como o deficiente, pois ela não o é, mas tem perda sensorial auditiva, ou seja,
possui surdez, o que a limita biologicamente para essa função perceptiva. Mas,
por outro lado, há toda uma potencialidade do corpo biológico humano e da mente
humana que canalizam e integram os outros processos perceptuais, tornando essa pessoa capaz,
como ser de consciência, pensamento e linguagem.
Aluno com surdez elaborando
frases sobre o conteúdo estudado
No
que tange a educação da pessoa com surdez, este enfoque vem passando por
diversas mudanças, visto que a prática oralista difundiu-se largamente
priorizando a língua
da comunidade ouvinte na modalidade oral, como única possibilidade lingüística,
com o uso da voz e da leitura labial, tanto na vida social, como na escola, sendo
atualmente a prática bilíngue a linha mais aceita, pois a mesma respalda-se no Decreto 5.626/05 que regulamentou a lei de Libras. Pois ainda
segundo Damázio e Ferreira (2010):
Rompemos com o paradigma da dicotomização
entre oralistas e gestualistas, e colocamos em cena a pessoa com surdez na
concepção pós-moderna, como a caracterizamos anteriormente, vemos que a
tendência bilíngüe se torna um território que se desterritorializa a clausura
dessa pessoa, sob a ótica multicultural. Porém, ao pensar a abordagem bilíngue
para a educação linguística da pessoa com surdez, deslocamos o lugar
especificamente linguístico e a tratamos com outros contornos: a LIBRAS e a
Língua Portuguesa, em suas variantes de uso padrão, ensinadas no âmbito
escolar, devem ser tomadas em seus componentes histórico-cultural, textual,
interacional e pragmático, além de seus aspectos formais, envolvendo a
fonologia, morfologia, sintaxe, léxico e semântica.
Professora de Língua Portuguesa explorando gravuras com
legendas
em Língua Portuguesa escrita
Contudo
vale ressaltar a importância da
reflexão e discussão que possibilitem a construção de novos paradigmas desmistificadores
do preconceito e desvalorização da pessoa surda enquanto ser pensante, social e
crítico. Sendo que não devemos negar o ideário da conjuntura atual
consolidando-se pouco a pouco em nossos dias: a inclusão de todos.
REFERÊNCIAS
DAMÁZIO, F. M. Tendências
Subjacentes à Educação das Pessoas com Surdez.In:Atendimento Educacional
Especializado:Pessoa com surdez.Curitiba: CROMOS,2007
DAMÁZIO,
M. F. M. FERREIRA,J. Educação Escolar de Pessoas com Surdez. Atendimento
Educacional Especializado em Construção. Revista Inclusão: Brasília: MEC,V.5,2010.p.46
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